quarta-feira, 20 de março de 2013

A PÁSCOA

A PÁSCOA ÊXODO 12.11 ''Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos cingidos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão, e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do senhor.'' ---------------------------- --------------------------------------------------------------------- CONTEXTO HISTÓRICO. Desde que Israel partiu do Egito em cerca de 1445 aC., o povo Hebreu (posteriormente chamado ''Judeu'') celebra a páscoa todos os ano, na primavera (em data aproximada da sexta-feira santa). Depois de os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passarem mais de quatrocentos anos de servidão no Egito, Deus decidiu liberta-los da escravidão. Sucitou Moisés e o designou como o líder do Exodo (3 - 4). Em obediência ao chamado de Deus, Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: ''Deixa ir meu povo.'' Para concientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte do Senhor, Moisés, mediante ao poder de Deus, invocou pragas como julgamentos contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava em deixar o povo ir, mas a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela qu não deixaria aos Egípcios nenhuma outra alterntiva senão a de lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar ''todo primogênito... desde os homens até os animais'' (12.12). Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificálo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (12.4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre élas (daí o termo Páscoa, do hb pesah, que significa ''pular além da marca'', ''passar por cima'', ou ''poupar'' ). Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação á morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do ''Cordeiro de Deus,'' que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29). Naquela noite específica, os israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar(12.11). A ordem recebida era para assar o cordeiro e não ferve-lo, e preparar ervas amargas e pães sem fermento. Ao anoitecer, portanto, estariam prontos para a refeição ordenada e para partir apressadamente, momento em que os egípcios iam se aproximar e rogar que deixassem o pais. Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera (12.29-36). A PÁSCOA NA HISTÓRIA ISRAELITA. A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia celebrar a Páscoa toda primavera, obedecendo as instruções divinas de que aquela celebração seria ''estatuto perpetuo'' (12.14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exeto o secrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz. Antes da construção do templo, em cada páscoa os israelitas reuniam-se segundo suas famílias, sacrificavam um cordeiro, retiravam todo fermento de suas casas e comiam ervas amargas. Mais importante: recontavam a história de como seus ancestrais experimentaram o êxodo milagroso na terra do Egito e sua libertação da escravidão ao Faraó. Assim, de geração em geração, o povo hebreu relembrava a redenção divina e seu livramento do Egito (ver 12.26 nota). Uma vez construído o templo, Deus ordenou que a celebração da Páscoa e o sacrifício do cordeiro fossem realizados em Jerusalém (Dt 16.1-6). O AT registra várias ocasiões em que a Páscoa especialmente relevante foi celebrada na cidade santa (2º Cronicas 30.1-20; 30.1-19; 2º Reis 23.21-23; Esdras 6.19-22). Nos tempos do NT, os judeus observavam a Páscoa da mesma maneira. O único incidente na vida de Jesus como menino, que as escrituras registram, foi quando seus pais o levaram a jerusalém, aos doze anos de idade, para celebraçãoda Páscoa (Lc 2.41-50). Posteriormente, jesus ia cada ano a jerusalém para participar da Páscoa (João 2.13). A última Ceia de que jesus participou com seus discípulos em jerusalém, pouco antes da cruz, foi uma refeição da Páscoa (Mt 26.1,2,17-29). O próprio jesus foi crucificado na Páscoa, como o Cordeiro pascoal (cf. 1º Corintios 5.7) que liberta do pecado e da morte todos aqueles que nEle crêem. Os judeus hoje continuam celebrando a Páscoa, embora seu modo de celebra-la tenha mudado um pouco. Posto que já em jerusalém um templo para se sacrificar o cordeiro em obediência a Deuteronomio 16.1-6, a festa judaica comtemporânea ( chamada Seder) já não é celebrada com o cordeiro assado. Mas as famílias ainda se reunem para a solenidade. Retiram-se cerimonialmente das casas judaicas, e o pai da família narra toda a história do êxodo. A PÁSCOA E JESUS CRISTO. Para os cristãos, a Páscoa contém rico simbolismo profético a falar de Jesus Cristo. O NT ensina explicitamente que as festas judaicas ''são sombras das coisas futuras'' (Cl 2.16,17; Hb 10.1), i.e., a redenção pelo sangue de Jesus Cristo. Note os seguintes itens em Êxodo 12, que nos fazem lembrar do nosso Salvador e do seu propósito para conosco. (1) O âmago do evento da Páscoa era a graça salvadora de Deus. Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles eram um povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto (Dt 7.7-10). Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus (Ef 2.8-10; Tt 3.4,5). (2) O propósito do sangue aplicado ás vergas das portas era salvar da morte o filho primogênito de cada família; esse fato prenuncia o derramamento do sangue de Cristo na cruz a fim de nos salvar da morte e da ira de Deus contra o pecado (12.13,23,27; Hb 9.22). (3) O cordeiro pascoal era um ''sacrifício'' (12.27) a servir de substituto do primogênito; isto prenuncia a morte de Cristo em substituíção á morte do crente (ver Rm 3.25 nota). Paulo expressamente chama Cristo nosso Cordeiro da Páscoa, que foi sacrificado por nós (1º Corintios 5.7). (4) O cordeiro macho separado para a morte tinha de ser ''sem mácula'' (12.5); esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito Filho de Deus (João 8.46; Hb 4.15). (5) Alimentar-se do cordeiro representa a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro, morte esta que os salvou da morte física (1º Corintios 10.16,17; 11.24-26). Assim como no caso da Páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte dEle na cruz, foi um sacrifício eficaz. Realizamos em continuação a Ceia do Senhor como um memorial, ''em memória'' dEle (1º Corintios 11.24). (6) A aspersão do sangue nas vergas das portas era efetuada com fe obediente (12.28; Hb 11.28); essa obediência pela fé resultou, então em redenção mediante o sangue (12.7,13). A salvação mediante o sangue de Cristo se obtém somente através da ''obediência da fé'' (Rm 1.5; 16.26). (7) O cordeiro da Páscoa devia ser comido juntamente com pães asmos (12.8). Uma vez que na Bíblia o fermento normalmente simboliza o pecado e a corrupção (ver 13.7 nota; Mt 16.6 nota; Mc 8.15 nota), esses pães asmos representavam a separação entre israelitas redimidos e o Egito, i.e., o mundo e o pecado (ver 12.15 nota). Semelhantemente, o povo redimido por Deus é chamado para separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.

sábado, 16 de março de 2013

A CRIAÇÃO Gn 1.1 '' No principio, criou Deus os céus e a terra. '' O DEUS DA CRIAÇÃO. (1) Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: '' Antes que os montes nascessem, ou que tu formasse a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus'' ( Salmos 90. v 2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda a criação, nos céu e na terra, está a cima e independe dela ( ver 1º Timoteo 6.16 nota; Colossenses 1.16). (2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Éva ''a sua imagem'' (1.27; ver 1.26 nota). Por que Adão e Éva foram criados a imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal. (3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era ''muito bom'' (1.31). Posto que Adão e Éva foram criados á imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (ver 1.26 nota). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Romanos 5. 12; Ap 12.9). A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO. (1) Deus criou todas as coisas em ''os céus e a terra'' (Gn 1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo ''criar'' (hb. ''bara'') é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (ver 1.3 nota). (2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2) Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente, e destituído do mínimo vestigio de luz. Passada esta etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (1.3-5), deu forma ao universo (1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (1.20-28). (3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: ''E disse Deus (1.3,6,9,11,14,29,24,26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; Sl 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3). (4) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação. (a) O próprio Filho é a palavra (''verbo'') poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna palavra de Deus (João 1.1). ''Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez'' (João 1.3). Semelhantemente, o apostolo Paulo afirma que por Cristo ''foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele'' (Cl 1.16). Finalmente, o autor do livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio de seu filho (Hb 1.2). (b) Semelhantemente, o Espirito Santo desenpenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como '' pairando'' (''se movia'') sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por ''Espirito'' (ruah) também pode ser traduzida por ''vento'' e ''folego''. Por isso, o salmista testifica do papel do Espirito Santo, ao declarar: ''Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca'' (Sl 33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; Sl 104.30). O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO. Deus tinha razões específicas para criar o mundo. (1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, magestade e poder. Davi diz: Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos'' (Sl 19.1; cf. 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado __ desde a imensa expansão do universo, á beleza e á ordem da natureza __ ficamos tomados de temor reverenteante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador . (2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza ___ o sol e a lua, as arvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves ___ rendem louvores a Deus que os criou (Sl 98.7,8; Sl 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos! (3) Deus criou a terra para prover um lugar onde seu propósito e alvo para a humanidade fossem cumpridos. (a) Deus criou Adão e Éva á sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo,alma e espírito), que possui mente,emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adora-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão. (b) Deus desejou de tal maneira este relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Éva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das consequências do pecado (ver 3.15 nota). Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria , e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1ºPe 2.9) (c) A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: ''...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus'' (Ap 21.3). CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO. A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade ciêntífica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução. (1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese. (2) O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser reproduzidas em qualquér laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético ''grande estrondo'', ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples ás mais complexas. Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem ''evidência'' científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3). (3) E inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de varias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há porem, nenhuma evidência, nem se quer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente ja evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente ''conforme a sua espécie'' (1.21,24,25). (4) Os crentes na Bíblia devem, também regeitar a teotia da chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação Bíblica que atribuí a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo: todos os verbos principais em Genesis 1 têm Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o mandamento de Deus no v.11) e a frase repetida ''E foi a tarde e a manhã''. Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador de todas as coisas (Cl 1.16).

terça-feira, 19 de abril de 2011